quinta-feira, 7 de maio de 2020

Fazenda Raposa se torna uma Unidade de Conservação em Maracanaú.

A nova unidade de conservação no Maracanaú é a quarta Arie cearense

A Fazenda Raposa, localizada em Maracanaú, se tornou a mais nova unidade de conservação do estado do Ceará, considerada como Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Às margens da rodovia CE-065, a fazenda pertenceu à Companhia Ceras Johnson, de 1937 até 1969, quando foi doada à Universidade Federal do Ceará. Desde então, ela passou a ser administrada pelo Centro de Ciências Agrárias da instituição.

A área da Fazenda Raposa está inserida em local de relevância ambiental, científica e histórica. Em seus 136 hectares de extensão, ela abriga exemplares raros da fauna e da flora, o que justifica sua evolução para Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie). “A família Johnson trabalhava com a cera da Carnaúba e plantou vários tipos de copernicia, de vários locais do mundo, uma coleção muito bonita e interessante”, destaca o titular da Sema, Artur Bruno.

Cercada por áreas urbanas e às margens da CE-065, a fazenda tem forte apelo para a manutenção de ecossistemas naturais, como a proteção da vegetação nativa diversificada e a preservação de habitats reprodutivos. A área apresenta um rico patrimônio genético de carnaúbas nativas e exóticas, com destaque também para a diversidade fitoecológica e de espécies que integram a vegetação característica dos tabuleiros pré-litorâneos e mata ciliar.

Além das coleções de palmeiras do gênero Copernicia exóticas e nativas, lá ainda resistem outras espécies nativas do bioma Caatinga, como o marmeleiro, o sabiá, o mufumbo, a jurema preta, o mororó e o pau branco. Segundo o secretário, a vegetação natural da fazenda tem grande significado para a produção de conhecimento científico e ambiental.

“A partir dessa constatação, vimos a possibilidade de fazer um ato de cooperação de 20 anos com a UFC, para fazer a gestão colegiada da nova Arie. A ideia é que futuramente ela se torne um grande espaço de educação ambiental”, esclarece Artur. O processo de criação da unidade de conservação foi iniciado em outubro de 2018, com a publicação de seu ato de criação no Diário Oficial do Estado, em abril deste ano. É a quarta Arie cearense.

O Acordo de Cooperação Técnica entre a Sema e a Universidade tem vigência até 2039, e pretende orientar a gestão compartilhada com a UFC durante o período. Os passos seguintes ao processo de criação consistem na criação do Conselho Gestor da nova Unidade de Conservação (UC) e seu regimento interno, em até 180 dias, além da formulação do Plano de Manejo, em até cinco anos.

De acordo com Artur Bruno, o plano de manejo faz um estudo mais aprofundado da área, como uma forma de ordenamento para a gestão e melhoria da unidade. “Nesse espaço nós podemos fazer um museu, uma área de contemplação; então o plano de manejo dará as diretrizes e sugestões para a criação de novos espaços”, exemplifica o secretário. A ideia é promover novos espaços de área verde e contato com a natureza para os moradores da região.

Com a nova Arie, totalizam no estado do Ceará 89 Unidades de Conservação. Dessas, 12 são federais, 28 estaduais, 12 municipais e 37 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).
A criação da Arie Fazenda Raposa

Criada por meio do Decreto n°33.568, de 30 de abril de 2020 (DOE, 30/04/2020), a Unidade de Conservação de Uso Sustentável está localizada no município de Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza, e tem uma área total de 136,65 hectares e perímetro de 5.630,00 metros.

Para tornar a área uma Unidade de Conservação, foram realizadas vistorias técnicas que pudessem subsidiar os estudos dos meio físico, biótico e socioeconômico, além de uma Consulta Pública, em novembro de 2019, para a escuta da população local e partes interessadas sobre a proposta de criação.

A proposta foi resultado de diálogos entre a Sema, o Centro de Ciências Agrárias (CCA/UFC) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), considerando, em especial, o contexto entre as instituições com relação à propriedade da área. As pesquisas foram aprovadas pelo Conselho Universitário (Consuni).

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