quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Agropacto discute desafios e oportunidades da Cajucultura e programação do CBA



O estado do Ceará já foi o segundo maior exportador de castanha de caju,agora estamos na 1Oa posição ,teve 25 indústrias agora são apenas 5 e emprega cerca de 120 mil pessoas no campo, mas já chegou a empregar mais de 200 mil pessoas Segundo dados do IPECE , em 200O o Ceará exportou 28,2 mil toneladas de castanha e em 2016, foram exportadas 12,2 mil toneladas . Apesar da regressão na produção e produtividade o caju é um grande negócio, desde que sejam estabelecidas com políticas focadas na cadeia como um todo para incorporação do diferencial tecnológico brasileiro, integração de produção e processamento e aproveitamento integral do caju. Esta foi a conclusão da apresentação feita hoje, 22 , na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecúaria Cearense -Agropacto, pelo chefe adjunto da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Adolfo Pinto. Segundo Aldelito Oliveira, representante do Sindicato das indústrias de castanha de caju do Ceará, hoje funcionam no Estado quatro (4) empresas e cinco(5) indústrias: Cione, Usibras, Resibras e Amêndoas do Brasil - com capacidade de produção de 120 t0n /ano, produzindo hoje em torno de 70 mil ton, sendo que 50% é importado da África.

Antes da palestra, o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Ceará, engo agrônomo Flávio Barreto Melo, apresentou aos presentes a programação do XXX Congresso Brasileiro de Agronomia-CBA cujo tema principal será: Segurança hídrica, um desafio para os engenheiros agrônomos, com cinco eixos temáticos, cerca de 21 palestras, um fórum dos coordenadores dos cursos de agronomia, uma mesa redonda e 7 visitas técnicas. Segundo ele, a expectativa é contar com a presença de cerca de 1.200 engenheiros agrônomos e estudantes de agronomia de diversos estados do país. O Estado do Pará já está com 220 inscritos. O CBA deverá bater recorde em apresentação de trabalhos científicos, já são mais de 800 trabalhos que serão classificados e publicados nos anais do congresso.

Caravanas de Produtores, Beberibe, Ocara, Horizonte,Tejussuoca, Morada Nova, Morrinhos, Aracati, Paracuru, Marco, secretários de agricultura de vários municípios, presidentes de sindicatos dos produtores rurais de Morrinhos, Ibaretama, Horizonte, Morada Nova, Viçosa do Ceará e Caucaia, representantes da SDA, BNB, BB, SEBRAE, ADECE,EMATERCE CONAB, participaram da reunião promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará,-FAEC, com a participação dos deputados federais Raimundo Gomes de Matos e do estadual, Manoel Duca da Silveira.

No final da reunião, foi lançada pelo Presidente da FAEC e coordenador do Agropacto, Flávio Saboya, a Frente da Cajucultura Cearense, que contou com a assinatura de mais de 80 produtores e representantes de instituições públicas e privadas . O deputado federal Raimundo Gomes de Matos, que integra a subcomissao de agricultura e políticas de desenvolvimento sustentável na Câmara Federal, presente ao Agropacto, ressaltou que a meta até dezembro ē criar uma política nacional para o caju e estabelecer o Funcaju. Segundo ele, o ministro da Agricultura já foi comunicado e já designou membros para este grupo de trabalho bem como os ministérios da Fazenda e do Trabalho já foram contatados. Para ele, é importante buscar o apoio dos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e uma solução definitiva para a queda da produção do caju nestes estados.


O parlamentar sugeriu ainda, a formação dentro da Frente Parlamentar da Agricultura na câmara federal e de uma Subcomissão permanente da agricultura sustentável, com nove deputados, ele já conseguiu 5 deputados e tem que ser constituída até dezembro deste ano. Segundo o parlamentar , esses dois instrumentos são necessários, para formatar a política nacional do segmento da cajucultura . Já o deputado estadual Manoel Duca da Silveira, disse que já existe a subcomissao do caju na Assembleia Legislativa do Estado , mas que precisa de apoio técnico para desenvolver os trabalhos, inclusive fazer seminários em regiões do estado, estamos apostos para ajudar no que for preciso , disse ele.No Baixo Acaraú, ele disse que este ano há uma perspectiva de boa produção de caju ,pois ocorreram algumas chuvas nos pomares, inclusive algumas fabriquetas de suco de caju que poderão ser ampliadas . Lamentou que Bela Cruz que tem uma indústria de caju , ficou de fora da área do semiárido, informando que o Ceará já teve mais de 20 indústrias e hoje apenas cinco funcionam.

EMBRAPA TEM A BASE CIENTÍFICA

Em sua palestra, Gustavo Pinto da EMBRAPA Agroindústria Tropical, com sede em Fortaleza, lançou os maiores desafios dentro do cenário da cajucultura no Ceará, entre eles citou: a ampliação da base técnico-científica, incorporação de tecnologias desenvolvidas para o campo, substituição extensiva do cajueiro comum gigante pelo cajueiro anão, capacitação técnica, integração do setor de produção as diferentes indústrias e aproveitamento integral do caju (castanha e pedúnculo).


Temos um novo patamar tecnológico, o que precisa é implantar uma estrutura para fazermos uma cajucultura moderna e competitiva , o homem ter a consciência de que precisa aprender mais e mudar , disse o chefe da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas de Sousa,indicando que é preciso no mínimo, dobrar a produção, o primeiro clone de cajueiro foi lançado pela EPACE em 1983, com a tecnologia do cajueiro anão precoce, hoje 75 % do cajueiro do estado ainda é dentro do mato, extrativo. Esse é o tamanho do nosso desafio, a mudança de paradigmas do homem tem que ocorrer, cajucultura é castanha, é pedúnculos, é suco, é qualidade, visando a competitividade da cadeia produtiva, ressaltou.

Na visão da Embrapa Agroindústria Tropical para 2037, a política do caju para funcionar precisa ser discutida como cadeia produtiva, temos que aumentar a produtividade , aplicar a tecnologia desenvolvida pela Embrapa , é possível hoje produzir mil kilos em sequeiro e três mil quilos em áreas irrigadas. Produzir aproximadamente 500.000 toneladas de castanha, aumentar o rendimento do caju /castanha para 28% , participar 5% no mercado mundial de amêndoas , produzir suco clarificado , desaromatizadas , concentrado de caju, hambúrguer de caju. Além disso o caju poder ser utilizado como potente oxidante.

PRODUTORES E INDÚSTRIA OPINAM


O coordenador da câmara setorial da cajucultura junto à ADECE, professor José Ismar Parente , pediu uma maior integração das instituições e dos representantes dos 4 Pólos da cajucultura no Ceará, "o que precisamos é torná-la mais competitiva em relação aos mercados internacionais" , disse ele. O presidente do SINCAJU, Paulo de Tarso Meyer que representa o setor há 21 anos, lamentou a falta de assistência técnica ao produtor, o que produziu a doença chamada " oídio ". Ano passado tivemos uma produção de 39 mil toneladas de caju , este ano deverá chegar a 59 mil toneladas , mas se houvesse orientação técnica e a eliminação da mosca branca , essa produção poderia ser o dobro,disse Paulo de Tarso..

Na opinião do representante da indústria do Ceará, Adeliro Nogueira temos hoje pomares consolidados em torno de 400 mil hectares e no Brasil 700 mil hectares, sendo a maior área plantada do mundo, embora não sejamos os maiores produtores temos tecnologia gerada pela Embrapa, o que está faltando é investimento público e privado . Segundo ele, as indústrias que estão sobrevivendo hoje é com a produção outros países, considerando que é possível reverter essa situação sendo importante a formação da Frente Parlamentar do Nordeste, a indústria dará apoio, ressaltou .

O presidente da ASCAJU, engenheiro agrônomo Francisco José de Sousa, sugeriu que a palestra da Embrapa fosse feita para a cúpula do governo federal e da assembleia, para uma tomada de decisão . A cajucultura gera de 100 a 150 mil empregos , precisamos virar o jogo, o que falta é decisão política, tecnologia e solos adequados nós temos, a cajucultura com quatro vertentes a ser atacada nesse momento, a curto prazo, ele citou a assistência técnica dirigida, acompanhamento da distribuição de mudas que a Ematerce faz.Saimos do extrativismo, apenas para o semiextrativismo, atiramos no pé, e nós técnicos e governo somos responsáveis por esta situação, disse Franzé de Sousa. Ele sugeriu inclusive, ampliar os programas propostos pela E,braga para outras regiões, sendo necessário para isso decisão política.

Maiores informações:

Presidente da FAEC : Flávio Saboya:9-92130613

Presidente do CBA -Flávio Barreto- 9-9982.25.00

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