terça-feira, 24 de novembro de 2020

Fortaleza recebe estudo para avaliar a incidência de infecção do coronavírus na população brasileira.

 Avaliação acompanhará 320 moradores da capital; objetivo é identificar a dinâmica da infecção e permanência da imunidade

 

O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, inicia em novembro a Avaliação de Incidência de Infecção por SARS-CoV-2 e de COVID-19 (Avisa), um estudo que irá acompanhar a incidência e infecção do novo coronavírus em 320 moradores de Fortaleza, no Ceará. Ao todo, o inquérito incluirá 3.520 participantes de 11 cidades por diversas regiões do Brasil

Os estudos, parceria entre o Butantan, Todos pela Saúde e Associação Samaritana, permitirá a identificação da dinâmica de contaminação pelo vírus e também o tempo de imunidade após a infecção. Em Fortaleza, o estudo será conduzido pela Universidade Federal do Ceará.

Os participantes serão acompanhados por 18 meses, passarão periodicamente por testes rápidos para diagnóstico do coronavírus e a cada 12 semanas por exames de sangue. Os resultados parciais deste acompanhamento serão divulgados a cada três meses até a conclusão dos estudos.

“A importância deste novo estudo está na possibilidade de termos uma dimensão melhor da epidemia nas mais diversas regiões do país. A ação reafirma o compromisso do Butantan com a sociedade e vem ao encontro das demais iniciativas, como as ações de testagem e o desenvolvimento da vacina CoronaVac”, afirma Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Além de Fortaleza, a iniciativa contará com o apoio de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais em São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Serrana (SP), Rio de Janeiro (RJ), Laranjeiras (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Brasília (DF) e Cuiabá (MT).

Os mais de 3.500 participantes serão divididos por faixa etária e passarão por acompanhamento pelo período de 1 ano e meio. A seleção, feita por sorteio, levará em consideração o domicílio como referência. Todas os moradores da residência serão convidados a participar.

Durante a avaliação os centros de pesquisa clínica, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais parceiros atuarão de forma integrada, permitindo o acompanhamento dos participantes e a obtenção dos dados conforme os protocolos do estudo.

 

 Objetivos e perspectivas

 

O foco principal deste estudo está nas questões ainda não respondidas, principalmente na avaliação a longo prazo da incidência da COVID-19 e a sua evolução em diferentes cenários e regiões.

Outro aspecto importante está na heterogeneidade da resposta imune e as diferentes apresentações clínicas da doença, que são aspectos decisivos para entender a melhor estratégia em busca de marcadores de proteção e de planejamento de imunização.

Outro objetivo é a avaliação dos fenômenos sociais, que precisam ser devidamente compreendidos em relação ao isolamento social e a variedade de políticas sociais que influenciam e afetam os seus resultados.

Além disso, o estudo se propõe a elaborar relatórios periódicos gerais e por município onde estão localizados os onze Centros de Pesquisa e enviá-los às Secretarias Municipais da Saúde para, assim que necessário, sejam tomadas as decisões necessárias.

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