segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Calor e estiagem exigem economia de água no Ceará

No segundo semestre, a população tende a consumir mais água devido ao aumento da temperatura


Tradicionalmente, o segundo semestre do ano é o mais quente. Em decorrência disso, as pessoas costumam consumir mais água, para minimizar o forte calor. Raul Fritz, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), explica que esse aumento de temperatura se deve às poucas chuvas registradas e à pequena cobertura de nuvens. A situação mais crítica, no entanto, é no Interior, com temperaturas que podem chegar até 37º, criando sensação térmica bastante desconfortável. No litoral, como tem a brisa soprando diretamente do mar, as altas temperaturas são um pouco aliviadas.
O cenário encontrado, principalmente no Interior, assim como as projeções feitas para a Capital, evidencia a necessidade de economia de água. Pensando nisso, governador Camilo Santana vai anunciar, na próxima semana, um pacote de ações que visam estimular a economia, dentro dele tem ações focadas nos recursos hídricos e no combate ao desperdício de água no Estado, informa a Casa Civil.
Chuvas
Neste segundo semestre, apesar de as chuvas serem reduzidas - sem influência para o aporte de água nos açudes -, o Ceará tem 40% de probabilidade de ter chuvas abaixo da média. Para os meses de outubro, novembro e dezembro, a expectativa média é de que chova 39 mm. A maior média pluviométrica prevista é para dezembro, na Região do Cariri. "As chuvas estão concentradas em algumas regiões, principalmente no Sul do Ceará. Ainda assim, em quantidade inexpressiva", observa.
O anúncio da Funceme com a previsão para a próxima quadra chuvosa só deverá ser feito em janeiro de 2016, com o prognóstico para os meses mais importantes do período chuvoso: fevereiro, março e abril. Até lá, a Fundação segue monitorando o El Niño - fenômeno que pode interferir na estação chuvosa do ano que vem, diminuindo as chuvas na Região Nordeste. O que, acrescenta Fritz, seria preocupante uma vez que o Estado já vem de uma situação preocupante, com quatro anos consecutivos de seca.
Estudo realizado por Adilson Gandu, professor da Universidade de São Paulo (USP), mostra que desde 1973, quando a Funceme começou a coletar dados, o Ceará passou por oito períodos de secas. Destas, quatro foram mais severas, sendo a atual mais rigorosa de todas elas. O período de estiagem no Ceará teve início em abril de 2012 e segue até hoje. Caso o Estado venha a ter outro ano ruim em relação às chuvas, será o quinto ano seguido de seca. "A probabilidade do El Niño permanecer no ano que vem é bastante alta. Por conta disso, as chuvas tendem a diminuir", alerta Fritz, meteorologista da Funceme.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), responsável por operar o abastecimento de água em 151 dos 184 municípios cearenses, entre eles a Capital, informou, por meio da assessoria de imprensa, que só tem dados do consumo de água até julho deste ano. Neuma Buarque, diretora de operações em exercício do órgão, informa que, comparando o primeiro semestre deste ano com igual período do ano passado, houve queda de consumo, que passou de 124 milhões de m³ em 2014, para 120 milhões de m³ neste ano. O órgão, no entanto, não informou de quanto foi o consumo de água no Estado no segundo semestre do ano passado.
Apesar de ser um semestre mais quente, a gestora destaca que a tendência é de redução do consumo, em decorrência da crise hídrica encontrada em alguns municípios. "Estamos com mais de 30 cidades com racionamento de água. São lugares onde a gente tinha uma demanda, mas não estamos mais conseguindo atender a essa demanda. A população está tendo que se restringir ao volume que está sendo distribuído", explica.
Para estimular o uso racional da água, a Cagece lançou a campanha "Água: trate com carinho", com mobilização de todas as unidades da Companhia no alerta ao desperdício de água.
Mais informações
Para entrar em contato com a Cagece, ligue para 0800.275.0195, acesse www.cagece.com.br(http://www.cagece.com.br)

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