AGROPACTO DISCUTE EXTINÇÃO DO DNOCS E CORTE DE 30% NOS RECURSOS DO FNE

O Pacto de  Cooperação da Agropecuária  Cearense-Agropacto, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará- Faec,  realizou nesta  terça- feira. dia  6, no auditório do Banco do Brasil, uma reunião emergencial para tratar de dois  assuntos da mais alta importância para o Nordeste, a extinção  do DNOCS e o corte de 30% do FNE, este último administrado pelo Banco do Nordeste. O presidente da Faec, Flávio Saboya  disse que espera que os fatos não venham a concretizar- se, ocasionando enormes prejuízos para o segmento agropecuário .

Não podemos ficar calados diante desta ameaça que trará grandes prejuízos  para o Nordeste  que constitui as áreas  de atuação do DNOCS e do Banco do Nordeste, por isso ,vamos debater o assunto e depois , elaborar  um documento e encaminhar as autoridades competentes a nível regional e nacional . Esta não é a primeira  vez que o DNOCS é ameaçado de extinção, mas graças a atuação dos nossos parlamentares e outras lideranças  o desiderato não foi concretizado, disse Saboya.

Segundo o dirigente da Associação dos Servidores do DNOCS-ASSECAS ,Roberto Morse  os próprios servidores do DNOCS, hoje em número de apenas 1.500 em todo o Nordeste, não aceitam que o órgão continue a existir  como está, sem que haja uma reestruturação prometida há vários  anos , o que implicará  na contratação de mais servidores  e novas atribuições para o departamento, que tem uma história de muitas obras hídricas, com a construção de mais 300 barragens, além de muitas ações nas áreas de  piscicultura. Os servidores, segundo ele, estão temendo uma fusão entre DNOCS e Codevasf( ver artigo de um ex- diretor do DNOCS especialista no assunto)     

Sobre o Fundo de Constitucional  de Financiamento do Nordeste- FNE, fundo de verbas subsidiadas criado especialmente para atender às demandas do Nordeste em várias áreas, indústria, turismo, serviços, agropecuária,  recebeu esse ano um  repasse 6 bilhões.

ESPECIALISTA EM RECURSOS HÍDRICOS FAZ COMPARAÇÃO ENTRE DNOCS E CODEVASF

Não é a primeira vez que faço esta comparação entre as

atividades  exercidas pelo DNOCS, nosemiárido nordestino, e a CODEVASF, no Vale do Rio São Francisco. Como surgiu a CODEVASF? Esta empresa, nas décadas de 40/60, era um braço do DNOCS, mas os antigos dirigentes deste Departamento acharam por bem

desmembrá-lo, criando por lei uma instituição nova, exclusiva para exercer suas

atividades no Vale do Rio São Francisco, denominando-a de Superintendência do

Vale do Rio São Francisco-SUVALE. Seu primeiro Superintendente  foi o colega do DNOCS,  engenheiro João Gomes Sobrinho. Além de restringir as atividades do DNOCS na imensa região nordestina, essa decisão foi absolutamente correta porque o DNOCS passou atuar nas áreas de rios intermitentes, enquanto a  SUVALE, hoje CODEVASF, passou a atuar em rio

perene, o Vale do Rio São Francisco, com o acima mencionei. Infelizmente, por

décadas, a CODEVASF se tornou um feudo do deputado Manoel Novaes, um dos

políticos não muito acreditado do povo baiano em relação à ética e no trato das

questões públicas. Hoje, a CODEVASF, seguindo sua tradição do passado, ao que

se sabe, é um feudo da família Coelho, de Pernambuco. Estas são as grandes diferenças

entre o DNOCS e a CODEVASF. Deixo aos amigos fazerem seus próprios julgamentos. [1]